Meu sonho sempre foi fazer um safári e um casal de amigos me recomendou o Quênia. Minhas expectativas, que já estavam altas, foram superadas nos primeiros dez minutos de viagem. Sei que muita gente vai para a África do Sul e, apesar de safári ser sempre legal, acho que o Quênia rende uma experiência mais “raiz”. O importante é sair do Brasil com tudo já marcado: guia, traslados, passeios, hotéis. Não adianta querer mochilar pelas savanas que não dá.
Cheguei ao país pela capital Nairóbi, onde fiquei apenas uma noite – a cidade não é exatamente bonita e não tem muito que fazer. Sugiro o hotel Giraffe Manor. Com poucos quartos, ali você toma café da manhã em companhia das girafas – é uma experiência de vida inesquecível. Outra atividade muito marcante em Nairóbi é dar banho nos elefantes bebês em um “orfanato”. Vá com uma roupa que possa sujar de lama e cuidado com o pé: uma pisada de elefante é beeeem puxada! Para comer, o restaurante Carnivore é uma espécie de churrascaria rodízio, que também serve carne de caça.
Para fazer safári, fiquei cinco dias na reserva Masai Mara e três no parque nacional Amboseli. Eu recomendo fortemente que você escolha um hotel estilo acampamento. Estar no meio da savana é sensacional e a ideia é se incluir no ambiente, querer os animais perto, que é exatamente o que acontece nos camps, que são superpreparados e confortáveis. Por outro lado, os hotéis mais tradicionais têm muros que impedem a aproximação dos bichos, o que ofusca a graça de ver tudo de perto.
O Masai Mara é famoso pela migração dos gnus, que envolve mais de um milhão de animais cruzando a savana entre Quênia e Tanzânia, de julho a novembro. Fiquei cinco dias no Rekero Camp, que é uma preciosidade, com nove tendas na beira do rio. Elas são enormes, confortáveis e rústicas ao mesmo tempo – com banheiros privativos e água quente, ou seja, sem perrengue. Os guias são muito bons e a comidinha caseira é excelente.
Fazíamos safári sempre pela manhã e pela tarde. Não dá para cansar de tanto bicho e tanta coisa acontecendo: caçadas, fugas, travessias de rio… Foi demais ver um grupo de zebras atravessando a água com os crocodilos se aproximando delas, um leão arrastando uma zebra inteira pela boca, um guepardo caçando…
Visitar a tribo dos masai também é imperdível. O povo local tem tradição guerreira e mostra sua cultura aos visitantes. Na chegada, os homens exibem sua capacidade de pular e cantar para os turistas. Vale levar para casa peças de artesanato feitas pela tribo, desde máscaras e esculturas a tecidos lindos. Uma prova e uma lembrança desse Quênia “raiz”.