Fresco, leve, equilibrado. Dupla clássica da mesa toscana, uma taça de Chianti com uma boa carne vermelha nunca haverá de decepcionar. Um dos mais tradicionais vinhos italianos, é inconfundível até no rótulo. Isso porque trazem estampado o selo de um galo negro sobre um fundo rosa. O ícone remete a uma lenda medieval em torno da rivalidade entre Siena e Florença, inimigas de longa data. Para definir limites territoriais, os governantes teriam estipulado o seguinte: ao primeiro canto do galo, um cavaleiro partiria de cada cidade; assim, no exato ponto onde um cruzasse com o outro, seria delimitada a fronteira. Florença escolheu, então, um galo faminto, que teria cantado mais cedo que o de Siena. E, portanto, dado vantagem ao representante florentino para cavalgar mais longe.
Percurso e hospedagem
Lendas à parte, é da região entre as duas cidades que vem o famoso vinho Chianti Classico. Trata-se, provavelmente, da primeira Denominação de Origem de que se tem notícia. Em 2016, comemoram-se 300 anos desde que esse vinho foi oficial linha reta, pela estrada principal, seriam apenas 70 km em uma horinha. Mas não caia no conto do GPS. Afinal, a graça está justamente em explorar com calma as vias menores. Sobretudo pela SR222, ou Via Chiantigiana, que ficou conhecida como a Rota do Chianti Classico. Cortando o coração da Toscana, ela passa por cidadezinhas como Greve (a principal ao longo da rota), Castellina, Radda e Panzano. Em seus arredores, espalha-se uma série de vinícolas, em meio a vilazinhas medievais, vinhedos, olivais e colinas verdinhas. Placas com o famoso galo negro sinalizam o trajeto, que se difunde em uma rede de estradinhas ainda menores.
O gostoso aqui é sair dirigindo ou pedalando e escolher entre as muitas vinícolas que polvilham o percurso (alô, motorista da rodada!). Além disso, hospedar-se no meio do caminho e dividir a jornada em quatro noites pode tornar a experiência ainda mais produtiva. Seja em um agriturismo (hotéis rurais, muitas vezes associados às próprias vinícolas) ou propriedades de charme, como o Laticastelli, por exemplo. Esta antiga fortaleza do século 12, a 30 km de Siena, foi convertida em um hotel para lá de aconchegante, com decoração típica da Toscana, amenities à base de azeite, piscina de bordas infinitas, jardins e restaurante tradicional. Sim, porque recarregar as energias é preciso. Ainda que seja em uma viagem em que tudo o que se faz é levantar a taça e admirar a paisagem.
O que é um Chianti Clássico?
Um Chianti Classico deve ser feito com pelo menos 80% de uvas italianas Sangiovese. Sendo assim, o restante ser Canaiolo, Colorino, Cabernet Sauvignon ou Merlot. A produção é regulamentada desde 1924 pelo Consorzio Vino Chianti Classico, que abrange 96% das vinícolas locais e confere o certificado D.o.C.G. (Denominação de origem Controlada e Garantida), fiscalizando desde o cultivo das uvas até o engarrafamento.
O que quer dizer “Denominação de Origem”?
É o que certifica a qualidade dos produtos de uma determinada região geográfica. Por isso, só podem ser chamados de vinhos Chianti aqueles feitos na área de 71.800 hectares entre Florença e Siena
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Villa Vignamaggio
Greve in Chianti
Esta vila que remete ao século 14 sempre esteve associada à produção de vinho, mas o grande chamariz é ter pertencido à família Gherardini, sobrenome de solteira da Mona Lisa, retratada por Leonardo da Vinci. Dona de 62 hectares de vinhedos e 5 mil oliveiras, a atual vinícola oferece, todos os dias, dois tours guiados pelas adegas e pelos jardins. Ambos com uma hora de duração. Para hóspedes dos apartamentos de agriturismo da propriedade, aliás, o passeio é gratuito. Ademais, também é possível degustar alguns rótulos na loja.
Antinori nel Chianti
San Casciano in Val di Pesa
Esta vinícola em atividade há 26 gerações abriu uma nova sede em 2012, que se destaca pela arquitetura despojada em meio à paisagem bucólica. Ao passeio, somam-se o restaurante Rinuccio 1180, de especialidades toscanas, bem como um museu que exibe o acervo de obras contemporâneas da família proprietária.
Enoteca Falorni
Greve in Chianti
A maior enoteca da Toscana fica nos subterrâneos da cidadezinha de Greve in Chianti, onde estão armazenados mil rótulos italianos. Mais de 140 deles estão disponíveis em máquinas para degustação, separadas em 13 áreas, de acordo com a região de procedência. Adquira um wine card, que desconta créditos conforme você se serve nas máquinas. A família dona também mantém na cidade o Museo del Vino, atualmente fechado para reforma.
Castello di Verrazzano
Greve in Chianti
Com registros de produção vinícola desde 1170, o castelo pertencia à família do navegador Giovanni da Verrazzano, que descobriu a Baía de Nova York. Os tours de uma hora e meia levam para ver as adegas do século 16. Além disso, tem também nove acomodações de agriturismo.
Montefioralle
Outrora um castelo medieval, é tida como uma das vilas mais antigas de Chianti – e entre as mais bonitas da Itália, aliás. Foi lar da família do navegador Américo Vespúcio.
Dario
Panzano in Chianti
Dario Cecchini é um açougueiro celebridade na Itália, fazendo performances poéticas em seu açougue familiar, o Antica Macelleria Cecchini. Ele expandiu os negócios abrindo restaurantes ao redor, onde a carne é quem brilha. O Officina della Bistecca é o mais caro, com menu sob reserva, enquanto o Dario Doc tem preços mais acessíveis, com foco em hambúrgueres.
Fèlsina
Castelnuovo Berardenga
Produzindo vinhos desde 1966 em uma propriedade de 200 anos. Quem quiser pode reservar o almoço logo em seguida de um tour guiado, com ingredientes feitos ali mesmo. O menu varia de acordo com a temporada e o gosto do freguês. Além disso, tem loja com os vinhos da casa.
Castello di Brolio
Gaiole in Chianti
A mais antiga vinícola da Itália e a maior de Chianti tem sua história oficialmente iniciada em 1141, quando o Castello di Brolio passou para as mãos da família Ricasoli. Ali, no século 19, um de seus membros, Bettino, foi o responsável por criar a fórmula do vinho Chianti. A vinícola, hoje, tem vários tipos de tours. Incluindo, em duas horas, os jardins, o museu, a produção e, principalmente, degustação. Outras opções incluem refeição e aulas de culinária. Conta com agriturismo, restaurante e loja de vinhos.
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