Engana-se – e muito! – quem cai na lenda urbana de que Milão é pobre em atrações para o turista. Se por um lado você não encontra ali a quantidade de ruínas históricas de Roma, a soberania artística de Florença ou o romantismo de Veneza, por outro, sobram em Milão novidades gastronômicas e culturais, não importando a estação do ano. Além disso, a mais vibrante e cosmopolita cidade italiana é também base perfeita para explorar os grandes lagos do país.

A segunda maior cidade da Itália é uma das mais importantes passarelas de moda e design do mundo e guarda preciosidades artísticas que vão desde afrescos pintados por gênios dentro de igrejas e edifícios hoje comerciais à espetacular Santa Ceia, de Leonardo da Vinci. Visitar a obra pintada na parede do refeitório do Cenacolo Vinciano, aliás, é mandatório, impressionante e inesquecível. Mas é obrigatório comprar o ingresso antes via internet, já que apenas grupos de no máximo 25 pessoas são permitidos no local a cada 15 minutos (a antecedência ideal para reserva do ingresso é de três meses).

 

(foto: shutterstock)

 

Milão ainda tem prédios capazes de seduzir até o mais emburrado dos turistas. Na lista de programas imperdíveis, entram o Castelo Sforzesco (construído no século 14 pelos Visconti, uma das mais abastadas famílias milanesas) e o teatro Alla Scala (entre os mais importantes do mundo, que consagrou gênios como Verdi e Maria Callas). Isso sem falar do ponto mais conhecido da cidade, o Duomo, a catedral medieval milanesa.

Revestido em mármore de Candoglia, o magnífico Duomo conta com vitrais e órgãos seculares, restos romanos subterrâneos e algumas das mais impressionantes estátuas da Itália. Vale a pena reservar um tempo extra na visita para subir aos seus telhados e ver, lá do alto, sua galeria de estátuas a céu aberto.

Logo ao lado, na mesma praça, fica a histórica Galeria Vittorio Emanuele, outra preciosidade histórica e arquitetônica da cidade – desenhada por Giuseppe Mengoni que, fatidicamente, morreu ao cair de um dos andaimes da obra antes de sua inauguração, em 1877. Funcionando como um magnífico corredor com teto de vidro entre o Duomo e o Scala (cuja visita ao seu interior é também possível com a passagem pelo museu do teatro), é hoje tomada por lojas de grifes de luxo, livrarias, cafés e restaurantes.

E quase em frente à galeria, do outro lado da Piazza del Duomo, fica o adorável Museo del Novecento, um dos museus mais interessantes da cidade. Além dos atrativos dentro de suas paredes – que reúne obras de Picasso, Kandinsky e Modigliani, entre tantos outros gênios –, é dali também que se tem uma das melhores vistas do Duomo, da Piazza e da Galeria, todos compondo juntos um ângulo perfeito para a foto.

 

Museo Triennale Design
Museo Triennale Design (foto: shutterstock)

 

Reserve também um tempinho para visitar a Pinacoteca de Brera, um dos mais importantes (e impressionantes!) edifícios de Milão, infelizmente menosprezado por inúmeros turistas em suas visitas à cidade. Fundada como museu ainda em plena era Napoleônica, até hoje abriga uma das maiores e mais importantes coleções de arte da Itália, com obras de Caravaggio, Bramentino, Raffaello e Bellini. Outros museus – com destaque para a coleção sem fins lucrativos do Museo Bagatti Valsecchi e o design surpreendente do Museo Triennale Design – também valem, seguramente, a visita de quem tem mais tempo na cidade.

Mas, é claro, nem só de centro vive Milão. É preciso, também, sair da zona central e curtir preciosidades como Navigli, a região dos bucólicos canais d’água de Milão, que se converteu hoje numa das áreas mais animadas da cidade – com direito a inúmeras lojas, brechós, cafés, restaurantes e bares e muita arte de rua.

 

Onde comer em Milão?

 

Comida é assunto seríssimo em Milão – a começar pelo inconfundível risoto milanês, que fica melhor ainda se pedido na versão com ossobuco. Dos cantinhos mais simples aos restaurantes estrelados no Michelin, Milão é puro sabor. Guarda surpresas igualmente deliciosas como, de um lado, o panzerotto do Luini, salgado frito que virou praticamente um símbolo milanês. E, de outro, lugares “hypados” como o Ceresio 7, o rooftop mais badalado da cidade, que mescla o bar concorrido dos fashionistas e designers com o restaurante de altíssima gastronomia – tudo isso com vista panorâmica da cidade, é claro.

Restaurante Il Ricci
Restaurante Il Ricci (foto: divulgação)

Mas apesar de não ser, literalmente, uma refeição, nenhuma experiência gastronômica é levada tão a sério em Milão como a ora del aperitivo. O happy hour milanês funciona, na prática, como um jantar; afinal, você vai ao bar para tomar um drinque, mas ele vem acompanhado de um imenso bufê de comidas quentes e frias à vontade. Endereços infalíveis na cidade são o tradicional Il Ricci e o modernoso HClub. Alguns bares estão começando a substituir os bufês por tábuas de frios servidas em cada mesa, sobretudo em Navigli ou na área boêmia de Brera.

 

Onde comprar em Milão?

 

Milão é, também, o principal polo de consumo da Itália. Famosa por abrigar as sedes das maiores redes de luxo e design do país, a cidade é pura tentação para os consumistas.

O centro é o endereço quente, com as grifes da Galeria Vittorio Emanuele e as fast-fashion da Corso Vittorio Emanuele II. No centro, fica também a La Rinascente, a principal loja de departamentos da cidade, ocupando nada me-nos que sete andares com roupas, acessórios e objetos para a casa.

 

Galeria Vittorio Emanuele
Galeria Vittorio Emanuele (foto: shutterstock)

 

O endereço mais famoso para os shopaholics é o Quadrilatero della Moda, como é chamado o espaço que fica entre as ruas Corso di Porta Venezia, Via Montenapoleone, Via della Spiga e Via Manzoni. A área abriga unidades das mais conhecidas marcas do planeta. Butiques de Ferragamo, Armani, Chanel, Missoni, Prada, Versace e tantas outras enfileiradas fazem da Via Montenapoleone, principal artéria da região, uma das ruas mais caras do mundo.

É ali, também no “quadrilátero”, que ficam os melhores e mais luxuosos hotéis de Milão, como o badalado Hotel Bulgari, o novíssimo Mandarin Oriental Milan e o icônico Four Seasons Milano. Este último, aliás, sabe refletir bem a alma milanesa, mesclando toda a história do palacete que ocupa (com direito a afrescos em algumas paredes e tetos de quartos) com a contemporaneidade vibrante da cidade, seja no incrível spa by Patricia Urquiola ou na novíssima Fashion Suite.

Consumistas mais ousados vão adorar as novidades da badalada 10 Corso Como e da MSGM e premiados jovens estilistas locais, como Gianluca Saitto, Lucio Vanotti ou A-Lab Milano. E os mais hardcore vão pirar com os excelentes outlets nos arredores da cidade, Fidenza Village e Serravale, cujas lojas de marcas como Prada e Dolce & Gabbana oferecem peças de coleções passadas a preços real-mente inacreditáveis.

 

Onde se hospedar em Milão?

 

Mandarin Oriental

A 300 metros do Teatro alla Scala, dispõe de 104 acomodações com área de estar, e alguns com banheira e varanda.

 

Four Seasons Milano

No centro histórico da cidade, ocupa um convento do século 15 reformado.

 

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