É um navio, mas tem cara de uma pequena cidade. Tanto que, de modo muito apropriado, o ambiente é dividido em “bairros”. Sete deles, para ser exato. Assim é o Symphony of the Seas, embarcação da Royal Caribbean que, desde o fim do ano passado, adotou Miami como base e o Caribe como cenário de suas andanças (ou seria “naveganças”?). Os cruzeiros duram 3, 4 ou 7 dias e passam por diversas ilhas.

Tudo é superlativo por ali. São 362 metros de comprimento – o equivalente a três campos e meio de futebol. Há nada menos que 18 andares – 16 deles com cabines para passageiros. Eles abrigam 2.759 acomodações de vários tipos que, somadas, comportam 6.680 turistas. Sem falar nos 2.200 tripulantes de 77 nacionalidades que servem com excelência essa multidão de viajantes, seja nas mais de 20 opções de restaurantes, seja nos três shows, na meia dúzia de bares temáticos ou nas mais de 20 opções de lazer para todas as idades espalhadas pelos deques.

Mas números não são suficientes para ilustrar quão bacana é essa nave futurista. Melhor descrever ponto a ponto. A começar pelas atrações mais vistosas, aquelas que ficam ao ar livre e enchem os olhos logo de início. O Ultimate Abyss, por exemplo, é o maior tobogã já instalado em um navio, com a altura de um prédio de dez andares. Ao deslizar por ele, o hóspede atinge a velocidade de quase 20 km/h. Tudo isso num tubo fechado repleto de luzes, efeitos especiais e sonoros.

Ele compete em popularidade com os dois simuladores de surfe FlowRider, instalados na popa (a parte de trás da embarcação). Instrutores ensinam o passo a passo da brincadeira, que consiste em se manter em pé sobre uma prancha enquanto um fluxo constante de água passa sob ela, em uma espécie de piscina com piso que se eleva. Para os surfistas experientes, é moleza. Para nós, pobres mortais, é um desafio divertidíssimo. Só tome o cuidado de apertar bem seu traje de banho antes de entrar no brinquedo – volta e meia alguém paga o mico de ter seu biquíni ou shorts ligeiramente deslocados…

A adrenalina também sobe em outros “brinquedos”, como o Perfect Storm, um complexo de escorregadores aquáticos, além da tirolesa que percorre 25 metros a uma distância do chão equivalente a nove andares. Ela fica pertinho das duas paredes de escalada com quatro metros de altura cada. O Symphony of the Seas oferece ainda quadra de basquete de dimensões profissionais, pista de patinação no gelo, área para a prática de tênis de mesa e campo de minigolfe com vista panorâmica.

Quase todas essas atrações são entremeadas de piscinas e hidromassagens. Sobram água e espaço para quem quer se refrescar ou tomar sol. São cinco opções ao todo, somadas a dez amplas banheiras de hidromassagem espalhadas pelos deques superiores, cada uma com capacidade para pelo menos oito pessoas. Duas dessas hidromassagens estão estrategicamente postadas com vista para o inesquecível oceano do Caribe. Dá para aproveitar o sol, relaxar na sombra, degustar drinques dos lounges de cortesia e curtir a música ao vivo que garante o clima de festa das 10h às 17h. Convém lembrar que uma das piscinas, a do Solarium, assim como algumas das hidromassagens são reservadas para maiores de 16 anos, de forma a garantir sossego e privacidade.

O que não quer dizer que famílias com filhos pequenos devam se intimidar. Um dos cantinhos mais bacanas é o Splashaway Bay, um miniparque aquático infantil, perto de uma das piscinas. Sem falar no charmoso carrossel do Boardwalk, que enche o ambiente de fantasia. Em tempo: existem muitas atividades gratuitas com monitores, em grupos divididos por idade, dos 3 aos 17 anos. Isso inclui berçário, lounge com mais de 30 jogos de arcade e videogames, cinema 3-D e discoteca para adolescentes. Aos pais, resta apenas relaxar enquanto a molecada causa pelo navio…

Falando em relaxamento, o Symphony of the Seas tem a bordo uma unidade gigante do Vitality at Sea Spa, onde tudo é pensado para quem quiser um tratamento digno da beleza das águas do mar do Caribe. Quer rejuvenescer a pele com bandagens de algas marinhas? Eles têm tal tratamento. Shiatsu e acupuntura? Tudo bem. Sauna com infravermelho e terapia de pedras quentes. É pra já… Tudo isso acompanhado de manicure, pedicure, cabeleireiro e consultores de medicina estética, bem ao lado da academia de última geração, com aulas de ioga e tai chi chuan.

 

Restaurantes e bares

Se tem uma coisa de que ninguém pode reclamar é das opções gastronômicas. Entre restaurantes, bares (que servem comida) e lanchonetes, são 20 alternativas – parte delas no sistema all-inclusive da diária, parte paga à parte. Dentre os que estão inclusos na diária, tem o exagerado Windjammer, com seu bufê infindável, que vai do vegano ao leitão defumado, passando por massas, peixes e o que mais você imaginar… É o principal restaurante do navio.

Além dele, há os especializados, como o mexicano El Loco Fresh (também incluso na diária) ou o Sorrento’s Pizza. Os fãs de esportes ainda podem degustar as legítimas “comidas de estádio” no Playmakers Sports Bar & Arcade, com hot-dogs, burgers, chicken wings e cervejas de várias marcas à vontade, enquanto você assiste a uma partida nos telões ou disputa as suas próprias nos inúmeros videogames espalhados pelo recinto. Dá até para jogar basquete e arremessar bolas de futebol americano por ali! Para quem quer algo mais refinado (e está disposto a pagar por isso), tem os filés saborosos do Chops Grille, as iguarias japonesas do Izumi Hibachi & Sushi e, ainda, os frutos do mar fresquinhos do Hooked Seafood, inspirado nos restaurantes de pescadores da Nova Inglaterra. Sem falar no badaladíssimo Jamie’s Italian, do chef celebridade Jamie Oliver.

A Royal Caribbean não economizou nas atrações noturnas do Symphony of the Seas. Como todo bom cruzeiro, tem um amplo cassino, com vários bares e pubs anexos. Há desde bandas de jazz até comediantes stand-up e baladas. No caminho para os meandros do navio, onde fica tudo isso, há o divertido Bionic Bar. Ele ocupa uma parte nobre do Royal Promenade, ainda que seja, a rigor, um “boteco futurista”. Você escolhe seu drinque entre dezenas de opções num tablet e assiste ao preparo feito por robôs, ao ritmo de música eletrônica.

Mas o que encanta mesmo na noite do Symphony of the Seas são os shows. Eles mudam de tempos em tempos, mas nessa primeira temporada de Caribe, dois em particular enchem os olhos dos viajantes graças à tecnologia e à excelência artística. Primeiro o Flight, que viaja pela história da aviação de forma emocionante, com os atores e atrizes interagindo com drones, holografia e traquitanas ultra tecnológicas para o espetáculo parecer um passe de mágica. A única ressalva fica por conta da história em si, que coloca os Irmãos Wright como inquestionáveis pais da aviação, esquecendo de Santos Dumont – fato que por vezes incomoda os brasileiros.

Outro show de fazer cair o queixo é o Hiro, realizado num auditório ao ar livre, na parte de trás do navio. Esse local, batizado de AquaTheather, impressiona pela tecnologia, com acrobatas voando por cima do público e mergulhando em piscinas e tanques que simplesmente aparecem e desaparecem do nada. Tudo com trilha sonora grandiosa e uma história sem palavras sendo contada de forma épica. Uma união perfeita de desempenho artístico com inovações eletrônicas.

Antes e depois dos shows, a pedida é passear pelo pitoresco Central Park, com seu ambiente arborizado e repleto de restaurantes e bares, ou pelo suntuoso Royal Promenade e suas lojas de marcas famosas e compras duty-free, seus cafés agradáveis, galerias de arte, karaokê e bares descolados.

Imperdível, por exemplo, desfrutar da grande festa com música ao vivo que ali acontece perto da meia-noite. É o jeito ideal de encerrar um dia que passa voando, com tantas atrações à disposição.

 

Como são as cabine 

Dentre as 2.759 cabines do Symphony of the Seas, há de tudo. São 21 possibilidades, desde as econômicas e espartanas Studio Single Cabins, com 10 m², até as megalomaníacas Royal Loft Suites, de 141 m², com dois quartos, sala conversível para dormitório, sala de jantar, bar, hidromassagem, varanda espaçosa de cara para o mar e até um piano de cauda… Em comum, todas elas têm TV e serviço de quarto a qualquer hora. E um detalhe interessante: boa parte das cabines internas (aquelas sem vista para o mar) está voltada para agradáveis jardins ao ar livre ou para deques onde ficam as opções de entretenimento. Mesmo dentre as que não oferecem vista para nenhum lugar, há inúmeras com janelas e varandas virtuais, ou seja, telas de altíssima resolução que mostram imagens do exterior do navio em tempo real, garantindo luminosidade e um ar de amplitude ao ambiente.

 

Uma ilha, um dia perfeito

A Royal Caribbean anunciou ano passado um dos projetos mais ambiciosos de sua história: o Perfect Day Island Collection (em português, algo como “Coleção de Dias Perfeitos na ilha”).  A ideia é ter ilhas particulares em diversas partes do mundo, com megaestruturas de lazer destinadas aos cruzeiristas. Uma extensão do navio em terra firme. O primeiro item da coleção deve ser inaugurado ainda este ano. É o Perfect Day at CocoCay. Fica nas Bahamas, as mais famosas ilhas do Caribe e oferecerá atrações inéditas como o Thrill Waterpark, com 13 toboáguas (mais do que em qualquer parque aquático no Caribe), além do Daredevil’s Peak, o toboágua mais alto da América do Norte, com seus 41 metros do chão ao topo. Uma tirolesa de 487 metros vai atravessar a ilha a 15 metros de altura e um balão de gás hélio levará os turistas a 135 metros de altura – o ponto de observação mais alto das Bahamas. Duas praias especialmente projetadas oferecerão centenas de cabanas e espreguiçadeiras para relaxamento. Uma delas, a South Beach, terá local apropriado para jogar vôlei, basquete, futebol, assim como para praticar stand up paddle e caiaque com fundo de vidro, que permite ver a rica vida marinha do Caribe. Duas praias especialmente projetadas oferecerão centenas de cabanas e espreguiçadeiras para relaxamento.

 

Symphony of the Seas – As tarifas variam conforme época do ano, tipo de cabine, duração do cruzeiro e fatores como refeições inclusas. Uma viagem de três dias sai a partir de R$ 2.330 por pessoa nas cabines internas mais econômicas, podendo ultrapassar R$ 11.000 nas cabines externas mais luxuosas.

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