O silêncio absoluto logo me chamou a atenção. “Vim para o lugar certo”, pensei, já que estava mesmo precisando relaxar e me distanciar um pouco do celular e do mundo hiperconectado em que vivemos. O “lugar certo”, afinal, era o Txai Resort, em Itacaré, na Bahia.
O hotel estava cheio, mas eu não via ninguém andando por ali, o que me deu a sensação de ter todo aquele lugar exclusivamente para mim. O fato de as 38 acomodações estarem situadas em uma área de 92 hectares colabora, sem dúvida, para essa impressão de privacidade.
Os bangalôs e residências do Txai
Fiquei hospedada no Bangalô Luxo, com ar rústico emprestado pela madeira no chão, nas paredes e nas portas. Passei três noites numa cama imensa com dossel, e o único barulho que eu ouvia era do mar, o qual eu também conseguia ver da minha varanda. Isso porque a praia de Itacarezinho fica logo em frente, a poucos minutos de caminhada
Sem falar no chuveiro externo, rodeado pela Mata Atlântica nativa. É possível, por exemplo, ouvir o canto dos pássaros (há mais de 60 espécies vivendo nos arredores) enquanto você toma banho e também observá-los pelo teto envidraçado. Portanto, a trilha sonora está garantida.
As amenidades da L’Occitane, por sua vez, dão um toque especial e o frigobar oferece cervejas artesanais (como a de cupuaçu, por exemplo) e vinho chileno. O cuidado com o hóspede aqui é levado a sério, pois a camareira deixou até mesmo um marcador dentro do meu livro.
O Txai também oferece 14 residências, das quais seis podem ser alugadas. Em breve, irá ampliar sua área com mais dez bangalôs e 39 lotes residenciais. Na parte de lazer, há seis piscinas (duas delas para crianças), biblioteca, sala de jogos e duas quadras de tênis.
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O Spa do Txai Resort Itacaré
Uma escadaria interminável leva ao spa Shamash Healing Space, um dos pontos altos do Txai – literalmente, já que fica no topo de um morro, com vista para a praia e a mata ao redor.
O nome do spa vem de um termo da língua dos índios caxinauás, que significa “medicina da floresta”. As massagens são os tratamentos mais pedidos, mas há também rituais, terapias, tratamentos estéticos, piscina aquecida com borda infinita e saunas seca e úmida.
Fiz a massagem Shamash com óleos aromáticos, que é profundamente relaxante e também mexe com as emoções (portanto, vá aberto e preparado para a experiência).
A gastronomia do Txai
Quando a fome bater, basta dar um pulo no Restaurante da Praia para almoçar (há opções em bufê ou menu à la carte). As receitas respeitam as tradições da culinária baiana e, para quem é chegado num peixe, recomendo o guaiuba grelhado com palmito pupunha e tomate confit. Também não deixe, em hipótese alguma, de provar o brigadeiro de panela.
Há, ainda, o restaurante Orixás, que oferece café da manhã farto e opções de sucos para todos os gostos, além de guloseimas feitas com ingredientes locais (há mel de cacau, por exemplo). O jantar é servido aqui, com uma adega repleta de opções de vinhos sul-americanos e internacionais. Tive a oportunidade de provar o menu degustação preparado pelo chef Juan Pérez, com cinco pratos exclusivos, além da sobremesa.
Passeios e projetos sociais
É possível, também, fazer diversos passeios, como trilha pelas praias da região, visita à Cachoeira do Tijuípe e à fazenda de cacau Vila Rosa. Os hóspedes podem conhecer os projetos sociais e ambientais que o hotel realiza. O Instituto Companheiros do Txai contribui para o desenvolvimento das comunidades locais, promove a educação ambiental e conserva a biodiversidade da região, monitorando e preservando espécies de tartarugas e pássaros.
Depois desses três dias hospedada ali, fez muito mais sentido a letra da música de Milton Nascimento que se chama, justamente, Txai – que quer dizer “companheiro” na língua indígena caxinauá. “Txai é fortaleza que não cai. Mesmo se um dia a gente sai, fica no peito essa flor”, diz a canção. E é verdade: mesmo ao voltar para São Paulo, um pedacinho daquele silêncio permaneceu comigo.
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Projeto Txaitaruga
A ação funciona desde que o resort abriu as portas e atua no cuidado e no manejo dos filhotes de tartarugas que nascem na região. Como a praia de Itacarezinho é uma área de desova, o Txai uniu forças com o Projeto Tamar para preservar as tartarugas marinhas.
Durante todo o ano, biólogos realizam o monitoramento das praias, garantindo que as tartaruguinhas possam crescer em segurança. Por isso, os trechos de areia em que há ninhos ficam isolados e os hóspedes podem acompanhar o momento do nascimento e a “caminhada” delas para o mar, dependendo da época. Os ovos eclodem, normalmente, entre os meses de outubro e março .
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