ATENÇÃO: para ingressar em Cancún não é necessário apresentar um teste PCR negativo e nem fazer quarentena no destino. Entretanto, os turistas precisam preencher um questionário de identificação de fatores de risco em viajantes antes do embarque. Vale lembrar, também, que para retornar ao Brasil será exigido o teste PCR negativo para Covid-19. Em Cancún o teste pode ser feito em diversos hotéis e resorts. Clique aqui para mais informações.
“Digam seus nomes, façam uma dancinha e virem um shot de tequila”, disse o guia de Xoximilco, uma das atrações de Cancún. Num barco comprido de madeira, passageiros que iam de idosos canadenses a um grupo de meninas da Guatemala em despedida de solteira eram convidados a interagir (com a providencial ajuda da tequila).
Enquanto isso, ouviam histórias folclóricas mexicanas contadas pelo guia e recebiam quitutes típicos servidos em sequência. Nas pequenas ilhas pelas quais passavam, bandas musicavam o passeio com guitarrón mexicano e marimbas. Por fim, as guatemaltecas e os vovôs acabaram bailando.
Na Cidade do México, capital do país, Xochimilco é um antigo distrito cortado por canais e ilhas flutuantes por onde navegam as trajineras, o tal barco comprido. Em Cancún, localizado na costa leste da chamada Península de Yucatán, Xoximilco (com “X”) é uma recriação do lugar com banho de Disneylândia (vide a lojinha de suvenires caríssima), impecavelmente bem-feita, que proporciona uma experiência bem divertida.
Cancún: o alvo dos turistas
Mais uma prova de que Cancún, que recebe sozinha 5 milhões de visitantes estrangeiros por ano (quase o mesmo que o Brasil todo, aliás), sabe como ninguém mesclar um turismo montado, fake mas funcional, a suas belezas naturais (cavernas, matas preservadas, praias caribenhas) e históricas (sítios arqueológicos maias), sempre com a rica cultura mexicana como pano de fundo.
A possibilidade de voar com companhias como Copa Airlines (via Panamá) e Latam (via Lima ou Cidade do México) trouxe um considerável aumento de brasileiros redescobrindo a região e indo além dos pacotes de sete noites à la CVC, que trouxeram os primeiros “brazucas” no fim dos anos 1990.
Em parte porque Cancún e Riviera Maia (como é chamado o trecho de 150 km que vai até o sul de Tulum) cresceram e ganharam uma gama nova de hotéis e atrações que satisfazem tanto quem espera uma Orlando com praia quanto amantes de Jericoacoara ou Trancoso.
Hotéis para todos os gostos
Cancún é um balneário verticalizado criado para os americanos irem à praia sem sentirem que estão muito longe de casa. Seus bulevares amplos e retilíneos têm construções posicionadas longe umas das outras que desencorajam caminhadas e incentivam transportes motorizados devidamente climatizados.
A Zona Hoteleira, disposta numa haste em forma de “7” que acompanha o litoral, tem propriedades enormes programadas com uma dose alta de conforto para fazer você não querer deixar seus domínios (apesar de ter muita coisa para ver lá fora). A maior parte deles segue o sistema all-inclusive e fica de cara para a faixa de areia branquinha com mar que atinge tons quase impossíveis de azul. Ou seja, já preparando seu celular para as fotos.
Compras e boa gastronomia
Na avenida principal, a Boulevard Kukulcan, há também um conjunto de restaurantes, redes de quase-fast-food, baladas e shoppings com letreiros imensos e coloridos. O La Isla Shopping Village, por exemplo, tem potencial para ser o melhor centro de compras, tanto pela variedade de lojas (Adidas, Armani Jeans, Calvin Klein, Coach, Express) quanto pelos corredores ao ar livre.
Fuja dos Outbacks e Bubba Gump Shrimps da vida e mate a fome em restaurantes locais, como o La Habichuela, que tem um jardim vistoso com luzinhas coloridas de noite, e o Casa Rolandi, que serve um polvo na brasa saborosíssimo. Depois de jantar, americanos celebrando o fato de ali não serem exigidos 21 anos para beber dançam em cima das cadeiras no Coco Bongo e no Daddy’O, onde festas open bar intercalam DJs com apresentações performáticas cujo tema varia de Beatles a Homem-Aranha.
Mergulhando em Cancún
Em Cancún, há poucos passeios que exigem menos de 70 km de deslocamento de carro, com exceção do supracitado Xoximilco e o ótimo Museo Subaquático de Cancún.
A iniciativa submergiu no mar quase 500 esculturas do inglês Jason deCaires Taylor e outros cinco artistas mexicanos, colocadas entre três e cinco metros de profundidade. São representações humanas (homens, mulheres, idosos, crianças) jogando baralho, vendo televisão, dando as mãos em rodas, andando de bicicleta.
A ideia é mergulhar de snorkel ou cilindro e explorar as obras, cobertas parcialmente por musgo e rodeadas por peixinhos. Isla Mujeres, a apenas 9 km da costa de Cancún, não é imperdível, a não ser entre maio e setembro, quando dezenas de tubarões-baleia sacodem as barbatanas por ali e proporcionam uma das experiências mais emocionantes que se pode ter embaixo d’água na vida.
Nos tours dá, por exemplo, para mergulhar com snorkel do ladinho dos bichões de até 12 metros de comprimento(!) – lembrando que eles são pacíficos e só se alimentam de plâncton. Sim, dá medo, mas também é fascinante.
Piruetas, peixes e pirâmides
Transpondo Cancún, entra-se na Riviera Maia. Ela também é ocupada por resorts, mas eles estão mais longe da civilização, dispostos entre a vegetação e a praia, com uma pegada mais natural.
Ficar ali pode ser conveniente a famílias que querem sossego ou casais em lua de mel que procuram um bom quarto e nada além, com eventuais saídas para um ou outro passeio. Em certo trecho da estrada, chama a atenção a entrada para o Cirque Du Soleil: sim, a Riviera Maia é um dos únicos quatro destinos do mundo (depois de Orlando, Nova York e Las Vegas) que possui uma versão fixa do circo. Chamada de Joyà, a apresentação narra a aventura de uma menina por uma floresta misteriosa, entre danças, lutas, acrobacias e contorcionismos, num teatro relativamente pequeno que permite ver a coisa toda de perto (mesmo com os ingressos mais baratos).
Quem procura agito, por sua vez, é rapidamente atraído até Playa del Carmen, uma vilazinha que nasceu naturalmente a partir de um píer de embarque e inflou-se num destino que hoje compete com Cancún pela decisão de hospedagem dos turistas. São apenas 70 km entre Cancún e Playa, mas a sensação é de pular da Flórida para Búzios ou Arraial D’Ajuda.
A hotelaria ali é bem mais heterogênea, abrangendo tanto “resortões” quanto pousadas, hotéis simplesinhos, butique e de luxo. A mais notória inauguração do último ano é o Thompson Playa del Carmen, com 92 quartos e um conjunto espetacular de piscinas no terraço.
Do sossego ao agito
A Quinta Avenida, espinha dorsal do pequeno centrinho de Playa, tem uma fileira constantemente em expansão de bares, lojas, shoppings, restaurante e baladas (inclusive uma filial da Coco Bongo). Se você gosta da ideia de sair à noite para passear a pé, certifique-se de que seu hotel não fica a mais de 1 km da avenida.
Na beira da praia, menos bonita que a de Cancún, clubes como o Mamita’s Beach Club e suas day beds, espreguiçadeiras e guarda-sóis oferecem excessos alcoólicos e pool parties desde bem antes do pôr do sol. Por outro lado, para um volume reduzido de música lounge, vale checar o calminho Canibal Royal, que serve bons petiscos.
Mais sombra e água fresca
Não é preciso se ater à Playa para pegar praia (com o perdão do trocadilho): há várias outras faixas de areia à vista – alugar carro dá mais liberdade e é mais barato que depender de tours e táxis. Paamul, por exemplo, é um ótimo point para um dia de sombra e água fresca no Caribe. Já Akumal tem uma graça a mais por abrigar, a poucos metros da areia, tartarugas-marinhas brancas e verdes. De snorkel, você as observa em seu movimento moroso caçando alimento rente ao fundo, junto a peixinhos e arraias.
Dica: a 2 km da entrada de Akumal fica a Laguna Yal-Kú, uma baía de água turquesa, também maravilhosa para nadar com peixes coloridos. Seguindo a maratona de atrações da Riviera Maia, famílias adquirem ingressos salgados para passar o dia em parques como o Xcaret (e suas versões reduzidas Xel-Há e Xplor), cujo objetivo é garantir diversão all-inclusive com integração à natureza.
E haja tirolesas, golfinhos que dão beijinho, tours de rapel, museus, borboletários, zoológicos onde vivem desde peixes-boi a flamingos e onças. Comumente, o foco dos visitantes é direcionado para os cenotes (cavidades naturais de rocha calcária colapsada que revelam rios subterrâneos), tão abundantes nessa região do México; os mais bonitos ficam sob grutas com estalagmites.
Há cenotes dentro de parques e outros indicados por placas na estrada, em que você só paga uma tarifa para entrar, como o Cenote dos Ojos. Mergulhar em seu interior cavernoso, com águas azuladas e frias, possibilita entender os maias, que acreditavam que os cenotes eram passagens para outro mundo, onde era possível se comunicar com os deuses.
Os encantos de Cozumel
Mas é Cozumel, a uma balsa de Playa del Carmen, que está no topo da lista dos prazeres líquidos da região. A ilha ficou famosa (e contribuiu para o advento do turismo na região) depois que o oceanógrafo Jacques Cousteau (1910 1997) mergulhou – e pirou – em sua barreira de corais, nos anos 1960. No atracadouro, agências oferecem imersões que não costumam ultrapassar 30 metros de profundidade (quem não tem carteirinha pode ir com instrutor), mas a generosa visibilidade chega a ser o dobro disso.
A sensação é de flutuar em um aquário com cores em alta definição, no encalço de pequenos cirurgiões-patela (a Dory de Procurando Nemo), garoupas de mais de um metro e meio e tubarões-lixa.
Relax e um pouco de história
É inevitável visitar Tulum, o mais cênico sítio arqueológico deixado pelos maias. As ruínas ali formam uma espécie de oásis em cima de um penhasco contra o mar de um azul histérico e areia alva.
A estrutura principal é o Castelo, com três pisos e 12 metros de altura, instalado entre um bonito espaço ajardinado, com iguanas tomando sol sem discrição e palmeiras cujas sombras aliviam o calorão. Bom para passar o dia entre a praia (alcançada por uma escada) e as histórias dos guias, muitos dos quais descendem dos maias.
Em tempo: fazendo um desvio da costa, é possível visitar vários outros sítios arqueológicos, como Cobá, por exemplo,que guarda a pirâmide maia mais alta do México, com 40 metros de altura, e Chichén Itzá, a campeã de ibope entre os turistas, onde esculturas zoomorfas, figuras humanas e baixos-relevos dão uma aula sobre o alto grau de evolução daquele povo.
Hotéis e muito mais
De uma década e meia para cá, Tulum não é mais só um mero apêndice de Playa del Carmen e desenvolveu sua própria Zona Hoteleira, que se estende pela Carretera Tulum – Boca Paila, uma avenida tranquila coberta parcialmente pela vegetação dos dois lados. Como uma Trancoso de antigamente, ali se instalaram pequenos hotéis, pousadinhas, butiques de designers locais, bares e restaurantes, como o renomado Hartwood, que faz uma profunda imersão nos ingredientes e sabores da região. Em vez de carro, usa-se a bicicleta. No lugar de balada non-stop, há spas e aulas de ioga.
O mar é lindamente azul, a atmosfera é relaxada, para você se hospedar com o pé na areia e não colocar sapato pelo resto da estadia. Por fim, o ponto final da Riviera Maia é a Reserva da Biosfera De Sian Ka’an, uma área de preservação de 5.280 km² que parece estar a anos-luz de Cancún. Organizados por uma cooperativa de descendentes dos maias, os passeios maravilhosos levam por lagoas e canais de água verde fluorescente com parada em pequenos sítios arqueológicos.
Em certo momento, o barco aporta em um píer para você continuar nadando pelo canal, flutuando e deixando a correnteza levar. O único som que se ouve é dos passarinhos e do vento correndo entre a vegetação baixa e o manguezal. Para terminar de provar que todos têm seu lugar na Península de Yucatán.
Onde se hospedar em Cancún e Riviera Maia
Grand Palladium Costa Mujeres Resort & Spa
Ficamos hospedados neste resort e recomendamos. O Grand Palladium Costa Mujeres possui 673 quartos e o foco são as famílias. As categorias de quarto Family Selection acomodam, no máximo, quatro pessoas.
As áreas de lazer têm piscina infantil com brinquedão e toboáguas, além de kids club e monitores (que, aliás, se viram no portunhol para conversar com as crianças brasileiras).
Há também a área do baby club toda equipada para crianças que estão aprendendo a andar, além de serviços de baby sitter, contratados à parte. Clique aqui para ver fotos do hotel e o preço da diária.
TRS Coral
Também nos hospedamos no TRS Coral, que é exclusivo para adultos. Ele conta com 469 suítes, divididas em três categorias que, em comum, dispõem de banheira com hidromassagem, produtos L’Occitane e televisores interativos com acesso, vejam só, ao serviço de quarto que funciona 24 horas e atende com um menu para lá de caprichado (o cardápio, aliás, é exclusivo para o room service). O destaque das acomodações fica por conta da categoria Junior Swim Up, que empolga com uma piscina privativa na varanda. Clique aqui para ver fotos do hotel e o preço da diária.
Krystal Cancún
Tem boas cabanas na piscina, comida bem preparada (mexicana, italiana, brasileira) e fica no trecho da praia com água mais calminha. Além disso, oferece Wi-fi gratuito, 6 restaurantes/bares, academia, kids club e estacionamento. Clique aqui para ver fotos do hotel e o preço da diária.
Paradisus Cancún
Disposto em cinco pirâmides, este enorme resort em sistema all-inclusive dispõe de nove restaurantes (oito deles all-inclusive), spa, piscina e muitas atividades de lazer. Por fim, há Wi-fi gratuito, 3 piscinas, academia e estacionamento. Clique aqui para ver fotos do resort e o preço da diária.
Hyatt Zilara Cancún
Só para maiores de 16 anos, o resort em sistema all-inclusive tem quartos com hidro e varanda, algumas com acesso direto à piscina por uma escadinha. Além disso, o Spa Hyatt Zilara Cancún oferece Wi-fi gratuito, 2 piscinas, 10 restaurantes/bares, academia, estacionamento e spa. Clique aqui para ver fotos do resort e o preço da diária.
Iberostar Cancún
O hotel dispõe de 426 quartos com vista para o mar, além de áreas especiais para crianças e adolescentes, espetáculos profissionais e restaurantes com especialidades mexicanas e internacionais. Além disso, o Iberostar Cancún oferece Wi-fi gratuito, 7 piscinas, 11 restaurantes/bares, estacionamento, kids club e spa. Clique aqui para ver fotos do hotel e o preço da diária.
The Palm at Playa
Hotel-butique só para adultos, conta com o melhor terraço da cidade, além de oferecer piscina, redes, espreguiçadeiras, hidro e vista panorâmica para a região. Por fim, o hotel conta com Wi-fi gratuito, dois restaurantes/bares, academia, spa e estacionamento. Clique aqui para ver fotos do hotel e o preço da diária.
Mahekal Beach Resort
Boa opção para famílias, é um resort charmosinho em tamanho reduzido. Além disso, tem serviço atencioso, piscinas grandes, três restaurantes, salão de jogos e acesso direto à praia. O Wi-fi gratuito e o Mahekal Beach Resort também conta com duas piscinas e um spa. Clique aqui para ver fotos do hotel e o preço da diária.
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