Viagem no radar e os planos estão a mil. Em tempos de dólar e euro nas alturas, toda economia é válida e o planejamento exige ainda mais atenção para não estourar o orçamento. Então, mais do que nunca, a incerteza de qual a melhor forma de gastar lá fora paira no ar: levar dinheiro em espécie, cartão de crédito, cartão pré-pago ou, ainda, abrir uma conta global?

Antes de entender qual a melhor opção, é preciso relembrar que os viajantes brasileiros têm uma pedra no sapato chamada IOF. O Imposto sobre Operações Financeiras tornou mais cara a vida dos turistas, pois no uso dos cartões e travelers checks incide uma taxa de 6,38%. Até a compra de papel-moeda, que por muito tempo teve apenas 0,38% de IOF, sofreu reajuste e atualmente cobra 1,1%. Resumindo: não tem como fugir do pagamento do imposto.

Dinheiro em espécie

É a opção com o menor IOF. Comprando papel-moeda, você garante a cotação e também não precisa se preocupar com a variação cambial. Entretanto, estará com dinheiro vivo, o que pode ser um problema com relação à segurança.

De qualquer forma, é imprescindível levar uma quantia em papel-moeda (afinal, a imigração pode exigir). Para os Estados Unidos, tenha dólares americanos. Para a Europa, euros. Em países da América do Sul, o real é uma boa opção para fazer o câmbio direto no destino. Para outros lugares, tenha na carteira moedas fortes, como dólares, libras ou euros.

Para sair do Brasil, o viajante pode levar até R$ 10 mil em espécie sem precisar declarar. Mas acima desse valor, é preciso informar à Receita Federal. Para entrar em qualquer país, também existe limitação, por isso você precisa se informar antes da viagem.

A nova modalidade das casas de câmbio é permitir a compra de papel moeda usando o cartão de crédito, com a possibilidade de parcelar o valor. “Aparentemente parece bom, mas a cotação é muito mais cara. Só vale a pena se não tiver dinheiro à vista para realizar a compra”, explica Gabriel Dias, idealizador do site Falando de Viagem e especialista em cartões de crédito.

Cartão pré-pago

Houve um tempo em que os cartões pré-pagos para viagens internacionais faziam sucesso. O IOF mais baixo – 0,38% na época –, era mais vantajoso do que o cartão de crédito e ainda havia a segurança de não sofrer com uma possível variação cambial. Depois, o governo aumentou o IOF para 6,38%, igualando ao do cartão de crédito, e então os pré-pagos caíram em desuso. “A vantagem dele é que você não sofre com a variação cambial, mas o dinheiro em espécie também oferece isso, sendo que o IOF é bem menor”, pontua Gabriel.

Cartão de crédito

O cartão de crédito também cobra IOF de 6,38%, mas em compensação dá outros benefícios, como o acúmulo de milhas aéreas em todas as suas compras. Mais do que uma opção de compra, o cartão de crédito internacional é fundamental em qualquer viagem fora do país, sendo exigido como garantia na hora de fazer o check-in do hotel, para alugar carro, entre outras situações. Atualmente, todos os bancos cobram a cotação do dólar do dia da compra ou do dia anterior. Não existe mais a cotação do dia do fechamento da fatura. Gabriel explica, no entanto, que é preciso ficar de olho no valor que o cartão cobra pelo spread (ágio que incide sobre as compras internacionais). “Caso o seu cartão de crédito não cobre spread ou cobre um valor razoável, vale a pena usá-lo”.

Contas globais

Sem complicações, viajantes brasileiros podem abrir uma conta no exterior em dólares americanos. A grande vantagem desse tipo de conta é que as transferências de dinheiro são calculadas com base no dólar comercial. Você pagará IOF de 1,1% (o mesmo usado na compra de papel-moeda) e spread de 2%. Comparando com os cartões de crédito, o IOF é de 6,38% e o spread pode chegar aos 7%.

Três empresas têm ganhado espaço nessa opção: Nomad, C6 Bank e Banco BS2. No caso da Nomad, basta baixar o app e já dá para usar imediatamente a conta. Não há custo para abertura e o correntista paga apenas as taxas da operação realizada.

O C6 exige, primeiro, a abertura de uma conta digital gratuita e, depois, permite a solicitação da conta internacional, ao custo de US$ 30. Quem tem o cartão de crédito C6 Carbon Mastercard Black ou R$ 20 mil em CDBs não precisa pagar a taxa. O C6 oferece a conta em dólares americanos e euros.

No caso do Banco BS2 também é preciso fazer um conta digital primeiro para depois migrar para a internacional, sem custos. Basta seguir as instruções pelo aplicativo – o processo é simples e prático. O banco exige um saldo mínimo de US$ 30 na conta.

Existe fórmula ideal?

Não existe, pois cada viajante tem o seu perfil e as suas necessidades. De uma maneira geral, a melhor opção é viajar com uma boa quantidade de dinheiro em espécie e levar pelo menos dois cartões de crédito, de bandeiras diferentes. Pelo mundo, as bandeiras com maior aceitação são Visa e Mastercard. A abertura de uma conta internacional também pode ser uma opção, principalmente se você viaja para o exterior com frequência.

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