Em 1755, um terremoto seguido de incêndio e tsunami devastou Lisboa, deixando-a quase que completamente em ruínas. O projeto de reconstrução ficou a cargo do Marquês de Pombal, que adotou um traçado regular para as ruas e um padrão estético para os prédios, especialmente na área à beira do Rio Tejo, hoje conhecida como Baixa Pombalina. Esse miolinho, que poderíamos chamar de “centro histórico” se Lisboa não fosse inteira histórica, é um bom ponto de partida para começar a explorar a cidade.
Terreiro do Paço
A “sala de visitas” de Lisboa, também conhecida como Praça do Comércio, sempre foi o palco dos acontecimentos locais, mas passou um bom tempo relegada ao abandono. Depois de ganhar um belo tapa, virou epicentro de lazer a partir de 2012: os palacetes históricos ao seu redor se converteram em museus, restaurantes, cafés, sorveterias e bares. Tudo de cara para o Tejo.
Arco da Rua Augusta
Símbolo do renascimento pós-terremoto, o Arco da Rua Augusta deixou de ser apenas monumento e ganhou um mirante há pouquíssimos anos. Vencida uma estreita escadaria em caracol, chega-se ao topo, onde as vistas de Lisboa deslumbram: tem o Tejo ao redor, o Castelo de São Jorge ao longe e a Catedral da Sé à frente.
R. Augusta, 2, € 2,50
Lisboa Story Centre
Desde as lendárias passagens do grego Ulisses e os primeiros assentamentos romanos até os dias atuais, toda a história de Lisboa é revisitada em um tour audioguiado de 60 minutos, com instalações multimídia e cenografia impecável. O devastador terremoto de 1755 merece capítulo à parte, com um vídeo reproduzindo os terrores daquele 1º de novembro. Saiba mais aqui!
Terreiro do Paço, 78-81, € 7
Museu da Cerveja
A história de 6 mil anos da cerveja é contada de forma multimídia, com foco nos países de língua portuguesa, como Angola, Moçambique, Cabo Verde e, claro, Brasil. Depois de aprender sobre a produção, nada melhor que provar o resultado na cervejaria ao lado – que prepara uma releitura do tradicional bolinho de bacalhau (mas com queijo da Serra) em uma máquina vintage. Saiba mais aqui!
Terreiro do Paço, Ala Nascente, 62-65, € 5 (com degustação)
Rua Augusta
Disparando a partir do arco, a Rua Augusta é a principal artéria da região da Baixa Pombalina, exclusiva para pedestres ao longo de seus 500 metros. Está cheia de lojinhas de suvenir, cafés com mesinhas ao ar livre e marcas como Zara, Mango e Adidas. Boa para bater perna.
Elevador de Santa Justa
Ligando as partes baixa e alta da cidade, o elevador de ferro fundido foi inaugurado em 1902 por Raul Mesnier, que teria sido um pupilo de Gustave Eiffel (sim, o da torre). Turistas peregrinam em filas intermináveis para subir nas elegantes cabines de madeira em busca das vistas fotogênicas do mirante. Uma vez lá no alto, comece a explorar o bairro do Chiado.
O bilhete pode ser adquirido a bordo por € 5,15 (válido para duas viagens)
Onde comer na Baixa Pombalina?
No Terreiro do Paço, o inusitado Can the Can serve receitas gourmet à base de conservas tipicamente portuguesas – as latas, aliás, fazem parte até da decoração. Já o sofisticado Populi capricha nos pratos clássicos da mesa nacional: bacalhau? Polvo? Amêijoas? Tem! A fim de alta gastronomia? No Parque Eduardo VII, o chef alemão Joachim Koerper se vale da vista impressionante do seu restaurante Eleven para temperar receitas com ingredientes sazonais.
+ ESTIQUE: Av. da Liberdade e além
A via mais sofisticada de Lisboa foi traçada no século 19 à imagem dos bulevares de Paris – daí a semelhança com a Champs-Élysées. Ao longo de pouco mais de um quilômetro, ela corre desde a Praça dos Restauradores, na Baixa Pombalina, até a Praça do Marquês de Pombal, já na área moderna da cidade. É um bom endereço para se hospedar: em seus arredores estão desde hotéis econômicos, como Ibis e Holiday Inn, até redes de luxo, como Tivoli e Sofitel. Também há muitas vitrines grifadas e uma enorme unidade da loja de departamento El Corte Inglés. A avenida abre caminho para o Parque Eduardo VII, o maior do centro de Lisboa, com jardins, food trucks, monumentos, trilhas, lago, estufas e um miradouro. Seguindo a caminhada para além do parque, chega-se aos dois museus da Fundação Calouste Gulbenkian. A Coleção do Fundador reúne 6 mil peças, entre Antigo Egito, Extremo Oriente, artes decorativas francesas e outros temas. Já a Coleção Moderna abrange desde o século 19, com foco em trabalhos portugueses. Saiba mais aqui!
Av. de Berna, 45A, € 14
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