Não é apenas na porção urbana que a cultura de Curaçao ostenta atrativos históricos de primeira linha. Na quase deserta costa norte da ilha, a 30 quilômetros de Willemstad, fica o museu Kas di Pal’i Maishi, que celebra as tradições culturais e culinárias africanas com seu acervo de utensílios, roupas e fotos abrigado nas kunuku houses – as casas de argila construídas pelos escravos libertos no final do século 19. Além de conhecer o modo de vida pós-abolição (que veio em 1863), o visitante pode experimentar pratos típicos, como a sopa de cacto, tomada com pão artesanal.

Museu Kas di Pal’i Maishi (foto: divulgação)
Museu de cultura africana Kas di Pal’i Maishi (foto: divulgação)

Em seguida, um pouco mais adiante, rumo à extremidade norte da ilha, desponta a Landhuis Savonet, uma típica fazenda dos séculos 18 e 19. Naquele tempo, ela produzia lã, milho, legumes, carne e madeira. Hoje, entretanto, é um ilustrativo museu que conta toda a história da região, parte da cultura local. A sede, com sua arquitetura colonial, foi um dos bastiões da resistência contra a invasão dos ingleses, em 1804. Aliás, o mais bacana é que a visita a Savonet leva, invariavelmente, a uma das mais belas atrações naturais da ilha: o Parque Nacional Shete Boka.

Praticamente ao lado da fazenda, trata-se de um conjunto de sete rochedos (ou sete bocas, em papiamento) através dos quais as águas revoltas do Atlântico quebram de forma espetacular, garantindo um verdadeiro show aos visitantes. Além disso, esse rincão selvagem é adorado pelos adeptos do trekking e da aventura, com suas cavernas, colinas, trilhas e até mesmo pequenas praias isoladas onde se podem apreciar tartarugas, iguanas e outros bichos em seu habitat natural.

Mergulho (foto: shutterstock)
Mergulho (foto: shutterstock)

Natureza em Curaçao

Não se assuste com as ondas inclementes dessa região, afinal, Curaçao tem dois lados completamente diferentes. Isso porque a porção voltada para a imensidão do Atlântico, a leste e nordeste, é de fato açoitada por águas bravias – tanto que é bem menos habitada e pouco desenvolvida. Contudo, o lado que olha para a América, a sudoeste e oeste, é banhado por marolas calmas, em nada menos que 38 enseadas espalhadas por 60 quilômetros de costa. Todas elas cumprindo com o estereótipo caribenho, aliás: areias claras e águas verde-esmeralda com uma transparência difícil de acreditar.

Certamente, é difícil definir qual delas é a mais agradável. No entanto, muitos afirmam ser Kenepa Grandi, com seus corais perfeitos para um mergulho de snorkel. Nessa mesma pegada, há a Playa Forti e a Playa Lagun, muito procuradas devido à presença de tartarugas, atraídas pelos peixes devolvidos ao mar por pescadores da região, após chegarem nas areias com seus barcos coloridos.

Praia de Curaçao (foto: divulgação)
Praia de Curaçao (foto: divulgação)

Por outro lado, outros apontam como a praia mais bacana a pequena e isolada Jeremi, protegida por um enorme paredão de pedra à esquerda e completamente deserta… Mais idílica que ela, só Klein Curaçao, numa ilhota deserta com ares de cenário de Hollywood, aonde só se chega de barco. Bem diferente da badalada Pirate Bay, que ostenta quiosques com drinques exóticos, aluguel de equipamentos de mergulho, esportes náuticos e afins.

 

Assine a Revista Viajar pelo Mundo com preço especial e receba 12 exemplares em sua casa. Conteúdo produzido por jornalistas especialistas e que viajaram até os destinos. Clique aqui!

 

Onde comer em Curaçao

É bem ali que fica um dos estabelecimentos mais divertidos da ilha, o Pirate Bay Curaçao Beach Club. Com música ao vivo e pratos e drinques típicos, ele é um legítimo restaurante pé na areia. Isso porque as mesas estão, de fato, na praia, e você pode comer, beber e dançar entre um mergulho e outro.

Prato Pirata Bay (foto: divulgação)
Os práticos típicos são partes essenciais da cultura de Curaçao (foto: divulgação)

A gastronomia, aliás, é um ponto alto da jornada pela cultura de Curaçao. Assim como em qualquer ilha caribenha, não faltam bons pescados e frutos do mar à mesa. Se você não prescinde de uma generosa lagosta gratinada ou de fartos camarões fritos à perfeição, com acompanhamentos como abacate, a pedida é o Saltwater, restaurante literalmente sobre o mar, na John F. Kennedy Boulevard.

Drink
Licor Curaçau (foto: divulgação)

Keshi Yena

O diferencial dessa ilha é a mescla de culinária africana e holandesa, expressa em pratos como o keshi yena, por exemplo. A iguaria é feita com uma farta porção de queijo gouda, envolvendo um refogado de frango, cebola, tomate, pimentão, cebola e especiarias. Tudo assado em forno a lenha até atingir uma sutil crocância, servido com chips de banana… Um dos melhores locais para degustar esse prato é o descolado Café Gouverneur de Rouville, em Otrobanda. Instalado na antiga mansão de um governador local (daí o nome), o lugar ferve no happy hour, quando o clima de descontração se traduz nos drinques coloridos, preparados com o legítimo licor curaçau – que, ao contrário do que todos pensam, não é só azul: ele pode ser produzido igualmente nas cores vermelho, laranja e verde.

Enfim, com a belíssima vista panorâmica das casinhas coloridas de Punda ao longe e a romântica cena dos veleiros cruzando o canal de Willemstad ao pôr do sol, não há forma mais arrebatadora de terminar um dia no Caribe holandês.

 

Muito conteúdo, dicas e informações úteis para você sonhar e planejar a sua próxima viagem. Conheça nosso app. Clique aqui e saiba mais!

 

Leia mais:

Praias de Aruba: água turquesa no Caribe

Aruba: Caribe romântico

Barbados: conheça o lado inglês do Caribe

Naia Resort & Spa, em Belize: Caribe para ficar de boa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *