São 300 quilômetros de estrada desde Casablanca até Fez. O sol já se punha quando cheguei ao hotel Les Merinides, situado no alto de uma colina, próximo à muralha que cerca a Medina. O bar da piscina foi o lugar escolhido para apreciar a cidade antiga que, vista de cima, é ainda mais instigante.

Visitar a Medina de Fez, aliás, é mergulhar na história do Marrocos. Afinal, o local é Patrimônio da Humanidade pela Unesco e a maior e mais antiga medina do mundo, onde moram 75 mil pessoas e há mais de 9.500 vielas emaranhadas em um labirinto que parece não ter saída. Seu muro se estende por 15 quilômetros de extensão e abraça milhares de casas, lojinhas, hammans, mesquitas, fontes e, além disso, fornos comunitários ainda usados para assar pão.

Porta Bab Boujloud
Porta Bab Boujloud (foto: divulgação)

Porta Bab Boujloud

A Porta Bab Boujloud é a entrada principal, de onde se ramifica uma infinidade de vielas. Os antigos casarões, que no passado serviram de residência para as famílias mais abastadas, hoje são a moradia de pessoas mais simples. Elas optam viver dentro dos muros pela segurança e oferta de serviços. Já as ruas estreitas comportam um movimento intenso: crianças jogando bola nas ruas, o ir e vir dos comerciantes, mulas de carga e turistas que caminham em passos mais lentos.

Assim como toda Medina, sua construção se iniciou a partir de uma mesquita principal. Geograficamente cercada por montanhas, a cidadela tem o formato de um funil. Portanto, para sair basta seguir as ruas que levam para a parte mais alta. Além disso, outra característica é a quantidade de fontes: na de Fez, são 70, todas com água potável. A mais conservada, a Fontaine Nejjarine, exibe um mosaico lindo de azulejos azuis e acabamento de madeira. Até hoje, os moradores utilizam essa água para consumo, mas não é aconselhável que os visitantes a bebam. Próximo, o forno coletivo para assar pães continua em uso, com a mesma finalidade tantos séculos depois.

Compras!

Comprar ali é uma boa: suvenires, roupas, lenços, louças decorativas, tapeçarias, temperos, frutos secos, doces feitos de tâmara, babuches… Os mercados se ramificam por atividade, mas por serem muito próximos uns dos outros, acabam se confundindo. Assim, não estranhe encontrar uma loja com coloridas pashminas e lenços ao lado de uma banca com peças de carne de cordeiro penduradas.

Lojinhas
Lojinhas, Marrocos (foto: shutterstock)

Para os artigos de couro, vale muito a pena comprar em uma das lojas próximas ao curtume de Fez, conhecido como Chouara Tannery. Você já deve ter ouvido muitas histórias sobre esse lugar – o cheiro lá é realmente forte, mas suportável, acredite! Aliás, uma dica para amenizar o odor é ir cheirando o ramo de hortelã que oferecem aos visitantes. O acesso ao curtume é feito por dentro de lojas que vendem os produtos de couro. Entre em uma delas e vá aos poucos se aproximando das sacadas com vista para os terraços repletos de tanques coloridos.

Apesar do odor, vale a pena visitar o Chouara Tannery e adquirir artigos de couro (foto: divulgação)
Vale a pena visitar o Chouara Tannery, apesar do odor, e adquirir artigos de couro (foto: divulgação)

 

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Gastronomia e religião

Como a visita é rápida, não é o suficiente para virar o estômago. Então, na hora da fome, invista em um dos vários riads espalhados pela Medina e que servem comidas cheias de sabor. Eles são como pequenos palacetes, formados por um jardim ou pátio central, com salas para as refeições ao redor e com acomodações nos andares superiores. Foi no Riad Spa Tafilalet que experimentei o cérebro de cordeiro, uma iguaria muito consumida pelo povo marroquino. A aparência é terrível, mas o gosto não é ruim! E fica a dica: evite comer na rua e só tome água mineral vendida em garrafinhas.

Em Fez, é recomendável que os turistas não se alimentem nas ruas. Contudo, é possível provar iguarias em locais como o Riad Spa Tafilalet, por exemplo (foto: divulgação)
Em Fez, é recomendável que os turistas não se alimentem nas ruas. Contudo, é possível provar iguarias em locais como o Riad Spa Tafilalet, por exemplo (foto: divulgação)

Imperdível também é ir até a Mesquita Al-Karaouine, onde fica a universidade de mesmo nome. Fundada no ano de 859, é a mais antiga do mundo em atividade. Trata-se, ainda, de um dos principais centros espirituais e educacionais da cultura muçulmana. Antes de ir embora, estique até a pequena e simpática Praça Seffarine, com o ensurdecedor som dos martelos de cobre usados pelos artesãos para moldar panelas e bacias, por exemplo.

Além da Medina

Em termos de jardim, Fez tem um tão lindo quanto o Majorelle, em Marrakesh. É o Bou Jeloud, que tem entrada gratuita e rende belíssimas fotos. A visita é rápida e contemplativa, assim como espiar a fachada do Palácio Real, usado pela família real em suas visitas à cidade. O prédio possui sete portões esculpidos em bronze e, embora não seja aberto ao público, é passagem imperdível.

Assim como Marrakesh, Fez também conta com um belo jardim entre suas paisagens (foto: divulgação)
Assim como Marrakesh, Fez também conta com um belo jardim entre suas paisagens (foto: divulgação)

A caminho do deserto!

A viagem rumo ao deserto rende mais 415 quilômetros de estrada. No caminho, há paradas interessantes. Em primeiro lugar, Ifrane. A cidade é quase uma Suíça marroquina, considerando a semelhança arquitetônica, as avenidas largas, o bosque de cedros e as baixas temperaturas no inverno. Localizada a 1.700 metros de altitude, nas montanhas do Médio Atlas, chegou a bater a menor temperatura do continente africano em 1935: 23 ºC negativos! A 19 quilômetros de Ifrane, a estação de esqui de Michlifen derruba qualquer estereótipo de Marrocos. Afinal, trata-se de um resort nos moldes alpinos, construído em madeira, com direito a lareira e piscina aquecida a céu aberto.

Em seguida, deixando Ifrane em direção ao sul, a Floresta de Cedros (Cèdre Gouraud), em Azrou, é a próxima parada. Ali, os macacos-de-gibraltar, espécie em extinção comum nessa região, vivem soltos e fazem a alegria dos turistas, que param à beira da estrada para fotografá-los. Reserve um pãozinho do café da manhã ou uma fruta para conseguir chegar bem perto. Entretanto, tome cuidado apenas com objetos que podem ser surrupiados pelos animais, como óculos e celulares.

Kasbah Hotel

Por fim, a viagem continua até Erfoud, no Vale do Ziz. Parte da província de Errachidia, é a porta de entrada do deserto e endereço do incrível Kasbah Hotel Xaluca Arfoud, dono de 144 espaçosos quartos construídos em adobe, ao redor de uma piscina central, com bar molhado e muitas palmeiras. Um dos pontos altos é o spa com massagens e banhos típicos marroquinos, piscina aquecida e hidro. Quadras de futebol e tênis, minigolfe e academia completam o espaço. Além disso, há também uma frota de quadriciclos utilizados para passeios nas dunas ao redor do hotel. Ademais, é possível combinar a hospedagem ali com uma noite acampado no deserto, já que a própria rede Xaluca oferece a opção em luxuosas e confortáveis tendas em meio ao Saara. A experiência conta com jantar, almoço e café da manhã inclusos.


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