Quando se fala em Flórida, a maioria dos brasileiros logo pensa em Orlando e Miami. Afinal, de fato, esses são dois superdestinos dos nossos viajantes quando decidem ir aos Estados Unidos. O que nem todos descobriram ainda é que, entre essas duas cidades, há um mundo de possibilidades. Um mundo chamado Flórida Central. Ali, Lakeland, Winter Haven, Polk City e companhia puxam a fila de atrações na região. E acredite, programe-se para explorar com tempo e calma, pois elas valem muito mais do que um bate-volta.
Lakeland e os cisnes da rainha
Menos de 40 minutos de carro é o tempo que você leva para ir de Orlando até a agradável Lakeland, a maior cidade desse pedaço privilegiado do estado. Com 100 mil habitantes, é o ponto de partida para as atrações da região, assim como um destino por si só.
Lakeland faz jus ao nome: são nada menos que 38 lagos compondo a paisagem urbana. Todos eles cercados de verde e vida animal. Neles você encontra a primeira peculiaridade da cidade: os cisnes. Centenas alegram a paisagem.
Mas não pense que se trata de aves comuns. Os cisnes de Lakeland descendem dos pertencentes à Família Real Britânica. Isso porque, em 1954, um morador decidiu escrever para a Rainha da Inglaterra e contar sobre a sua tristeza com a extinção dos pássaros que outrora embelezavam o local – devorados por aligátores ou cães. A monarca, sensibilizada, enviou espécimes de sua coleção pessoal para repopular os lagos da cidadezinha americana. E deu certo: Lakeland, hoje em dia, é conhecida como “a cidade dos cisnes”.
Você pode vê-los ao lado de gansos, patos e outras aves em muitos dos lagos. Um deles, o Mirror, é famoso também por ter em suas margens o Hollis Garden, um jardim com nada menos que 10 mil flores, além de fontes, pequenas trilhas em meio ao verde e uma escadaria em estilo neoclássico que parece saída da Hollywood dos anos 1940.
Ao redor do lago, há uma miríade de bons restaurantes. Lugares como o Harry’s Seafood Bar and Grille, que trouxe da Louisiana a culinária creole os temperos cajun, adaptando-se aos peixes e frutos do mar do Atlântico. Ou, ainda, o modernoso Black ‘n Brew, repleto de gente jovem e comida saudável em forma de sopas, saladas e sanduíches inventivos. Vide o suculento Turkey & Brie, feito com peito de peru defumado, noz-pecã, maçã assada, queijo brie e pão ciabatta, acrescido de mostarda de mel e framboesa.
O Lago Mirror também revela em seus arredores o simpático parque Barnett Family – que esbanja marcos históricos, como o Terrace, um dos primeiros hotéis a incorporar sistema de ar-condicionado, em 1924. Ele era tão chique que boa parte de sua decoração veio da Europa: os construtores importaram enormes lustres de cristal de um palácio na Itália. A suntuosidade pode ser apreciada ainda nos dias de hoje – o hotel continua na ativa e é um dos melhores das redondezas, bem no meio do bairro histórico. Ele fica a alguns minutos de caminhada do caprichado Explorations V Children’s Museum, repleto de instalações interativas para ensinar e entreter as crianças.
Como você já deve ter percebido, a pegada por aqui é muito mais cultural e histórica do que nos destinos usuais da Flórida. Exemplo disso é o belíssimo campus do Florida Southern College. Ele é um dos mais importantes atrativos de Lakeland graças ao design diferentão de seus prédios, obra do célebre arquiteto Frank Lloyd Wright – “o Oscar Niemeyer dos Estados Unidos”, como definem alguns. Nos anos 1940, Wright se estabeleceu em Lakeland e ajudou a criar essa nova universidade, com seus desenhos para lá de revolucionários na época. É, até hoje, a maior reunião de obras de sua autoria em todo o mundo. Vale muito a pena passear por ali e dar uma parada na Danforth Chapel, uma igrejinha em que as paredes de vidros coloridos foram meticulosamente desenhadas para criar um mosaico de reflexos e fachos de luz nos finais de tarde.
Declarado patrimônio histórico dos Estados Unidos em 2012, o campus da Florida Southern College ainda dispõe de museus, galerias de artes e auditórios para shows diversos. Em 2011 e 2012, foi considerado o mais bonito de todo o país pelo site especializado em educação The Princeton Review.
Natureza africana à vista
Assim como Lakeland, a Flórida Central tem diversas cidades com atrações inusitadas para nós, brasileiros. Em Davenport, por exemplo, fica o centro oficial de informações turísticas da região e, junto dele, o Hall da Fama dos Esportes da Flórida. Para quem gosta de tênis, automobilismo, futebol americano, basquete e outras modalidades, compensa dar uma passadinha nele. Você pode ver exposições sobre os grandes astros desses esportes que nasceram ou viveram no estado. Gente famosa, como a tenista Chris Evert, o treinador de boxe Angelo Dundee (que foi tutor de Muhammad Ali e Maguila) ou o mergulhador medalhista olímpico Greg Louganis.
Mas é na natureza que as maiores surpresas despontam. A apenas 25 minutos do centro de Lakeland fica um recanto absolutamente imperdível – sobretudo para quem viaja com crianças –, o Safari Wilderness Ranch. Inaugurado em 2012, ele já é considerado pelos guias especializados um dos melhores do país. Em uma área de 1,5 milhão m² (maior que o Parque do Ibirapuera, em São Paulo), foram reproduzidos biomas diversos – das savanas aos pântanos –, nos quais você dá de cara com dezenas de espécies de animais selvagens, das zebras aos camelos, dos hipopótamos às lhamas, dos lêmures aos avestruzes.
Todos os bichos vivem soltos em um ambiente que simula o natural. Existem cercas bem longínquas apenas para impedir que predadores ou espécies naturalmente hostis umas às outras se encontrem. Os passeios são feitos em veículos especiais, mas há opções para trilhar o território em bicicletas, cavalos e até mesmo em caiaques, já que vários rios e áreas alagadas cruzam o parque. As crianças ainda podem se divertir alimentando lêmures, pássaros exóticos e porquinhos-da-índia. Sem falar na imensa loja de suvenires, com todo bicho de pelúcia que você possa imaginar.
O coração místico da Flórida
O ponto mais alto de uma viagem à Flórida Central é a visita aos jardins de Bok Tower. Essa é a região mais elevada do estado, ainda que esteja apenas 90 metros acima do nível do mar. Em outros tempos, no entanto, isso fez dela um lugar preservado e, de certa forma, até mesmo recluso, com uma natureza bem menos pantanosa e muito mais cravada de bosques que as áreas vizinhas.
Foi a paz desse santuário natural que atraiu, em 1924, o jornalista Edward W. Bok. Vencedor do Prêmio Pulitzer, esse holandês de nascimento era um dos mais renomados membros da imprensa na época. Ao viajar da fria Filadélfia para curtir um inverno menos rigoroso na Flórida, apaixonou-se pela região de colinas próxima à cidadezinha de Lake Wales. E decidiu transformá-la em um grande jardim e também em um santuário de pássaros. Mais de mil árvores foram plantadas, assim como cerca de 15 mil mudas de plantas ornamentais. Sem contar a introdução de flamingos e outras aves.
Bok também mandou construir aquela que seria o símbolo do lugar: a Singing Tower. Trata-se de uma torre de 62 metros de altura, em estilo misto neogótico e art déco, com uma gigantesca porta dourada à base e um carrilhão com 60 sinos no topo. Ela fica em meio a um lago e tem detalhes e entalhes feitos em vários tipos de mármores trazidos da Europa.
No interior da “Torre Cantante”, está a maior biblioteca de partituras para carrilhões do mundo, além de aposentos e um escritório. Recentemente, um edifício foi acrescentado ao complexo, abrigando um museu, um centro cultural e o simpático Blue Palmetto Café.
A visita a Bok Tower é relaxante mística e ao mesmo tempo cultural. Ali acontecem festivais de música (mas nada de barulheira!), saraus e oficinas de arte. Existe uma área toda dedicada às crianças, com inúmeras atividades ligadas à natureza e totalmente desligadas da tecnologia. Só para ter ideia, há mais de 120 espécies de pássaros nas árvores que rodeiam o lugar, além de plantas que estão extintas em outras partes do mundo e animais raros, como a dócil tartaruga da Flórida – ameaçada de extinção.
Um rancho à moda do sul
Quem gosta de bichos e natureza, mas prefere uma experiência mais “raiz” pode optar por conhecer e se hospedar em outro lugar célebre da Flórida Central: o Westgate River Ranch Resort. Esse é um ícone do agroturismo no sul dos Estados Unidos. A fazenda de 1.700 hectares oferece trilhas e riachos de águas cristalinas em meio a plantações e rebanhos.
Os hóspedes podem praticar pesca e tiro ao alvo, além de desvendar o lugar a cavalo ou de jipe. Na imensidão verde, dá para flagrar animais selvagens como veado-de-cauda-branca, porcos do mato, águias-carecas, grous-canadenses e muito mais. Para combinar com o ambiente da Flórida, há passeios de aerobarco pelos pântanos da região, onde se podem ver os aligátores.
Os menos aventureiros se divertem no minizoológico ou no recinto para rodeios, onde rolam festas noite adentro nos finais de semana, com direito ao line dancing, dança em quadrilha típica dos estados sulistas. Na hora da fome, há o delicioso Westgate Smokehouse Grill, com seus assados à moda floridense (a costela mais famosa da região), e o River Ranch Saloon, com sanduíches fartos e drinques caprichados.
Também tem parque de diversões!
Não tem jeito, estamos na Flórida! Tem que haver um parque de diversões por perto. E, no caso, é o genial Legoland. O parque se define como “um lugar para crianças de 2 a 12 anos”. Mas a faixa etária também abrange quem tem 22, 42, 62 anos…
Até porque, além das montanhas-russas, dos shows, simuladores e afins, há dezenas de atrações com referências bem mais adultas, como os personagens de Star Wars ou o Ford Mustang V8 em tamanho natural. Sem falar nas detalhadíssimas maquetes de Lego emulando cidades do mundo todo.
O Legoland, no final das contas, tem mais de 50 opções para gente grande e pequena. Ele fica no local do antigo parque Cypress Gardens, que era famoso pelas belas paisagens. Boa parte delas está mantida, sobretudo na porção que margeia o Lago Eloise. Caminhar ou fazer piquenique por ali já é, por si só, um programa bacana.
E fica a dica: se quiser uma experiência realmente especial, hospede-se no próprio Legoland Resort Hotel, que fica na entrada do parque. Pelos corredores, pelo lobby e pelas suítes, mais de 2 milhões de peças de Lego foram usadas para criar mais de 2 mil figuras e brinquedos. Também há um segundo hotel, recém-inaugurado no complexo: o Beach Retreat, que reproduz uma vila praiana, com 83 bangalôs. Tá bom ou quer mais?
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Onde se hospedar na Flórida Central?
Terrace Hotel
Hotel de mais de 90 anos, com quartos espaçosos e vista privilegiada do Lago Mirror.
La Quinta Inn & Suites Cocoa Beach Oceanfront
Ao lado do famoso píer, tem 78 quartos confortáveis e espaçosos.
Legoland Florida Hotel
O hotel anexo ao parque tem 152 quartos temáticos e 2 mil construções de Lego.
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