Alguns causos curiosos rondam Natal, a ensolarada capital do Rio Grande do Norte. A começar pelo nome, cuja explicação vem da fundação pelos portugueses no dia em que se celebra o nascimento de Jesus. Dessa forma, percebe-se que vocação de cidade com clima de eterno feriado já vem de berço.

Além disso, para potencializar essa atmosfera de que toda segunda parece sábado, a capital potiguar é detentora do título de “Cidade do Sol”. Isso porque a presença do astro rei é tamanha que ilumina e esquenta essa metrópole formada por dunas, falésias e belíssimas praias.

Ademais, na lista das coisas que só tem no Rio Grande do Norte, inclua a honra de contar com o maior cajueiro do mundo, nos arredores de Natal (parece pouco, mas a árvore é quase uma floresta!). A cidade ainda foi a única no Brasil a ter uma base militar americana durante a Segunda Guerra Mundial, e o tempo que os soldados gringos passaram por aqui rendeu uma porção de histórias engraçadas.

Vida urbana

Um dos destinos nordestinos mais procurados durante o ano inteiro, Natal faz sucesso por ter um cardápio de atrações que não fica restrito apenas aos 21 quilômetros de praias. Claro que elas são “o” motivo para escolher a cidade como local de férias, mas a parte urbana também empolga.

Ponte no Rio Grande do Norte
Ponte Newton Navarro (Foto: Embratur)

A porta de entrada é o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. A 23 quilômetros do centro, o trajeto passa pela icônica Ponte Newton Navarro, um dos cartões-postais do Rio Grande do Norte. Lá do alto tem-se uma vista privilegiada de outro ícone da cidade, a Fortaleza dos Reis Magos. Assim como o próprio município, a obra também recebeu o nome por conta de uma data religiosa, 6 de janeiro de 1598.

Erguida onde o oceano encontra o Rio Potengi, a construção tem formato de estrela e é aberta à visitação. O passeio ao final do dia pode render a vista para um belo pôr do sol. Durante minha estada na capital, fiquei no moderno bairro de Lagoa Nova, entre o litoral norte e sul, no hotel Holiday Inn.

Arena de futebol
Arena das Dunas (Foto: Portal da Copa)

A região conta com vários restaurantes, bares e dois shopping centers, o Midway Mall e o Natal Shopping. O hotel ainda está ao lado do estádio Arena das Dunas, palco de importantes jogos durante a Copa do Mundo no Brasil. Afinal, quem não se lembra da mordida do uruguaio Suárez no adversário durante a partida que eliminou a Itália? Por aqui, vale fazer a visita guiada pelo gramado, vestiário e pelos camarotes para recordar as partidas mais simbólicas do mundial.

Giro pelas praias

Aproveitar um lugar ao sol é o que move os turistas que escolhem Natal. Por isso, nada melhor do que começar pela Praia de Ponta Negra. Ela fica aos pés do Morro do Careca, uma grande duna com duas faixas de mata em cada lado. Seguindo mais adiante pela costa, está a Praia dos Artistas, popular e com ótima estrutura para relaxar. Ganhou esse nome porque era ali que se hospedavam os atores de Hollywood convidados para entreter as tropas norte-americanas na época da guerra.

A 80 quilômetros do centro da capital, no município de Tibau do Sul, a Praia da Pipa é a queridinha dos surfistas e jovens. Durante a noite, a pequena vila se transforma com inúmeras opções de bares, restaurantes e baladas, frequentadas por viajantes de todo o mundo, atraídos pelo molejo do forró regional.

Chapadão e Praia do Amor
Chapadão e Praia do Amor (Foto: Embratur)

Falésias, dunas e mangues

Na mesma zona da Praia da Pipa, vale conhecer a Praia do Amor. Para entender o nome, é preciso admirá-la do alto do Chapadão. A falésia vermelha à beira-mar revela vista para a imensidão azul e para as curvas que desenham a orla em formato de coração.

Ao norte de Pipa, a Praia do Madeiro fica em uma reserva de Mata Atlântica (Santuário Ecológico) e tem acesso pelas escadas esculpidas nas falésias ou pela praia, somente na maré baixa. Ali também está a Baía dos Golfinhos, onde os animais que a nomeiam costumam aproveitar suas águas calmas e cristalinas. Outra ótima pedida é navegar de barco por entre os manguezais da Lagoa de Guaraíras, lar de diferentes espécies de bichos, como os filhotinhos de caranguejo.

Rio Grande do Norte
Passeio de Bugue (Foto: Embratur)

Aproveite para dar um mergulho na lagoa e caminhar sobre o solo pegajoso do mangue. O melhor horário do dia para fazer esse passeio é no final da tarde, já que o pôr do sol em Guaraíras está entre os mais lindos de Natal e talvez do Rio Grande do Norte. Já a Praia de Genipabu, no município de Extremoz, é um verdadeiro oásis. Aliás, a beleza natural do encontro entre as dunas e lagoa foi cenário para as novelas Tieta do Agreste, Flor do Caribe e O Clone.

A melhor forma de explorar a região é fazendo um passeio de bugue (valor médio de R$ 270 por pessoa). Em alguns pontos, o visitante tem, ainda, a opção de descer pela areia em uma prancha ou passear em um dromedário. Parentes dos camelos, os animais foram trazidos ao Brasil e já se reproduzem por aqui.

“I am confuso”

Por ser um ponto estratégico na orla marítima, Natal foi escolhida pelos norte-americanos para abrigar a única base militar brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Da difícil comunicação entre os moradores que não entendiam o inglês dos soldados nasceram duas expressões características da cultura nordestina. Assim, o baile popular que promovia a interação entre estrangeiros e locais passou de for all (“para todos”, do inglês) para o famoso “forró”. E quando algo dava errado e os americanos soltavam um oh, shit, os nativos logo copiavam: “oxente!”.

 

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Dá-lhe camarão

De origem indígena, a palavra “potiguar”, que dá nome ao povo local, significa “comedor de camarão”. Não é novidade que o crustáceo é o protagonista da culinária regional. Preparado nas mais variadas formas e versões, o viajante tem a opção de saboreá-lo frito nas barraquinhas de praia (cá entre nós, vale cada caloria) ou nos deliciosos restaurantes.

No Marina Badauê, à beira-mar com piscina, as porções têm preço justo e pratos muito bem servidos que podem ser compartilhados por até três pessoas. O camarão recheado com catupiry, por exemplo, é show. Outra boa sugestão é o Restaurante Camarões, que só pelo nome já dá a letra de qual ingrediente é o carro-chefe das receitas da casa. Não deixe de provar o pastel de queijo coalho e camarão como aperitivo, e de prato principal, o camarão ao pesto, coberto com molho de tomate e parmesão.

Dunas de Genipabu
Dunas de Genipabu (Foto: Embratur)

Outras delícias

A gastronomia do Rio Grande do Norte também traz muitas comidas típicas da região nordeste, como baião de dois, feijão verde, macaxeira, cuscuz, queijo de coalho com mel de engenho e a cartola, sobremesa de banana, queijo, açúcar e canela. E há inúmeros locais para provar de tudo.

O Tábua de Carne, em Ponta Negra, e o Naf Naf, no caminho do passeio às dunas de Genipabu, são bons exemplos. Um dos mais tradicionais pratos de Natal é a ginga com tapioca – peixe frito no óleo de dendê e servido dentro da tapioca. A versão doce, a “brownioca”, leva brownie de chocolate e sorvete e é a sensação da Tapiocaria Amô, no Chapadão. A receita ganhou até prêmio no festival gastronômico local.

Outra iguaria potiguar de sucesso é a paçoca feita com carne de sol frita. As receitas com salmão também são boas opções. Na Praia da Pipa, o Espaço Lampião oferece um cardápio variado de frutos do mar. O salmão com crosta de ervas e molho de maracujá é uma delícia.

Camarão
Prato do Restaurante Camarões (Foto: divulgação)

Meu caju, meu cajueiro

Ponto obrigatório para quem visita o Rio Grande do Norte, o Cajueiro de Pirangi é a maior árvore frutífera do mundo, de acordo com o Guinness Book. Localizada na praia de mesmo nome, a árvore tem mais de 100 anos e ocupa uma área aproximada de 8.500 m², equivalente a um campo de futebol.

Por causa de uma anomalia genética, ela não para de crescer. Mas em vez de se desenvolverem para cima, seus galhos crescem para os lados. Com o tempo, devido ao seu peso, eles se curvam para baixo até tocar o solo. Então, criam raízes e crescem novamente, como se fossem troncos de outra árvore.

O processo contínuo dá a impressão de que se trata de várias árvores, mas, na realidade, é um único cajueiro! Na época de safra (novembro a janeiro), são produzidos cerca de 80 mil cajus – frutos que podem ser colhidos pelos visitantes.

A entrada custa R$ 8 e conta com guias que explicam as características da árvore, bem como a história de seu plantador, um pescador chamado Luiz Inácio de Oliveira, que morreu aos 93 anos, acredita-se, sob as sombras do cajueiro. Mais uma das histórias que entram para a lista de “só em Natal”…

 

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